Primeiro, queria agradecer a todos pelos comentários. Vou dar alguns esclarecimentos a seguir.
Sim, a Teoria Queer influenciou um pouco as minhas reflexões. Confesso que li bem pouco dos autores que “representam” essa teoria, mas algumas coisas me parecem muito interessantes, como a questão da heteronormatividade produzindo o binarismo de gêneros, e a pp ideia naturalizada de que estamos divididos em sexo masculino e sexo feminino. Mas, também li críticas interessantes à essa teoria. E uma delas diz respeito à transpô-la sem muita reflexão à outros contextos sociais. Ainda vejo a importância de políticas identitárias, como tentei deixar claro no texto. Por isso, coloco a pergunta: “Será que reconhecer famílias baseadas na união homossexual pode ser um passo decisivo nessa direção?”. Ainda é uma pergunta porque gostaria de entender a posição de out@s feministas.
Outro ponto importantíssimo: em nenhum momento eu quis deixar a impressão de ter um “medo” do colapso, seja da sociedade como um todo seja dos movimentos sociais! Não vejo o uso de políticas identitárias como forma de evitar o esgarçamento social (sou bem mais radical do que isso, e não, não sou marxista). Mas, Stephan, entendi mais ou menos o que vc quis dizer… Por outro lado, eu não vejo as coisas separadas assim, superestrutura x leis. Acho que as leis são também produtoras de mudanças significativas, ainda que elas representem “minorias”.
Finalmente, gostaria de salientar que não sou contra o casamento gay, se é que alguém me entendeu assim! A princípio, vejo argumentos interessantes tanto para a aprovação da lei quanto para a superação de uma instituição heteronormativa como o casamento. Minha questão é: será que essa superação não pode se dar justamente pela inserção de casais não-heterossexuais?
Abraços!